Public open spaces as tools for sustainable urban revitalization – the case of Luanda

Ana Cristina de Santana Inglês

Key information

Authors:

Ana Cristina de Santana Inglês (Ana Cristina de Santana Inglês)

Supervisors:

Miguel José Das Neves Pires Amado (Miguel Amado); Teresa Frederica Tojal de Valsassina Heitor (Teresa Frederica Tojal de Valsassina Heitor)

Published in

05/16/2025

Abstract

As intervenções urbanas desempenham um papel crucial na melhoria da saúde, bem-estar económico e social das comunidades urbanas. Os espaços públicos abertos oferecem oportunidades para atividades recreativas, atividades comunitárias locais e interação social, promovendo a coesão e a inclusão comunitária. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) incentivam o acesso universal a espaços verdes e públicos seguros, inclusivos e acessíveis, particularmente para mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência. No entanto, uma lacuna é evidente na literatura em relação às intervenções em cidades menos globalizadas, especialmente em cidades de países de língua oficial portuguesa na África Subsaariana. Esta pesquisa combina o estudo do valor social dos espaços públicos com o planeamento urbano e qualidades arquitetónicas no intuito de criar uma plataforma urbana de inclusão social nas cidades através dos espaços públicos. É com esta base que a pesquisa foca em “como os espaços públicos abertos podem ser estrategicamente projetados e implementados para promover a inclusão social em ambientes urbanos”, e em “que elementos de desenho urbano específicos, programação e estratégias de participação comunitária são mais eficazes para alcançar esse objetivo.” O estudo começa com uma incursão histórica, examinando os contextos ocidentais na Europa e nos Estados Unidos, e depois explorando como esses modelos de intervenção urbana, que se espalharam por cidades na Europa e na América do Norte, foram exportados como políticas e paradigmas de governança para as cidades de sul global, assinalados por cidades ocidentais como padrões de desenvolvimento urbano globais. O trabalho de campo, que teve Luanda como estudo de caso, incluiu métodos qualitativos e quantitativos para entender as características morfológicas da cidade, o uso atual dos espaços públicos estudados e as opiniões e expectativas dos seus usuários reais. A revisão da literatura revela que as intervenções urbanas são desencadeadas essencialmente pela deterioração do edificado e das infraestruturas urbanas, perceções de insegurança e oportunidades imobiliárias resultantes deste declínio. Nos casos estudados as intervenções são fundamentadas e baseadas em melhorias nas políticas públicas urbanas. Também foi possível perceber que o património cultural assim como as práticas, usos e costumes nativos desempenham um papel vital na vitalidade dos Espaços Públicos Abertos. O trabalho de campo no centro de Luanda revelou que os parques servem, essencialmente, para sentar e relaxar e desfrutar do ar livre. Todos os parques são considerados seguros durante o dia. Os parques estudados oferecem condições adequadas para passear, caminhar, sentar e conversar, com caminhos razoavelmente bem mantidos, com bancos e áreas para interação social; no entanto, equipamentos desportivos e parques infantis são escassos. O estudo também revelou uma diversidade limitada de espaços públicos em Luanda, bem como desafios com processos de gentrificação, manutenção inadequada e a fraca atratividade da maioria dos parques para usuários com maior poder económico. A autora propõe um método de intervenção urbana em microescala e envolvendo múltiplos atores para estimular o uso e promover a participação do setor privado e das comunidades na criação e manutenção de espaços públicos abertos. As disparidades socioeconómicas, características do contexto do tecido urbano de Luanda, a proposta apresentada tem potencial para satisfazer as necessidades de residentes tanto da cidade planeada como aqueles que residem em bairros não-planeados (musseques). Urban interventions play a crucial role in improving the health, economic and social well-being of urban communities. Open public spaces provide opportunities for recreational activities, local community activities, and social interaction, promoting community cohesion and inclusion. The Sustainable Development Goals (SDGs) encourage universal access to safe, inclusive, and accessible green and public spaces, particularly for women, children, the elderly, and people with disabilities. However, a gap is evident in the literature regarding interventions in less globalized cities, especially in cities in Portuguese-speaking countries in sub-Saharan Africa. This research combines the study of the social value of public spaces with urban planning and architectural qualities in order to create an urban platform for social inclusion in cities through public spaces. It is on this basis that the research focuses on "how open public spaces can be strategically designed and implemented to promote social inclusion in urban environments," and on "what specific elements of urban design, programming, and community participation strategies are most effective in achieving this goal." The study begins with a historical incursion, examining Western contexts in Europe and the United States, and then exploring how these models of urban intervention, which have spread across cities in Europe and North America, have been exported as policy and governance paradigms to cities in the global south, signaled by Western cities as patterns of global urban development. The fieldwork, which had Luanda as a case study, included qualitative and quantitative methods to understand the morphological characteristics of the city, the current use of the public spaces studied and the opinions and expectations of its real users. The literature review reveals that urban interventions are essentially triggered by the deterioration of buildings and urban infrastructures, perceptions of insecurity and real estate opportunities resulting from this decline. In the cases studied, the interventions are grounded and based on improvements in urban public policies. It was also possible to realize that cultural heritage as well as native practices, uses and customs play a vital role in the vitality of Public Open Spaces. Fieldwork in the center of Luanda revealed that parks are essentially for sitting and relaxing and enjoying the outdoors. All parks are considered safe during the day. The parks studied offer adequate conditions for strolling, walking, sitting and talking, with reasonably well-maintained paths, with benches and areas for social interaction; however, sports facilities and playgrounds are scarce. The study also revealed a limited diversity of public spaces in Luanda, as well as challenges with gentrification processes, inadequate maintenance, and the poor attractiveness of most parks for users with greater economic power. The author proposes a method of urban intervention on a microscale and involving multiple actors to stimulate the use and promote the participation of the private sector and communities in the creation and maintenance of open public spaces. The socioeconomic disparities, characteristic of the context of the urban fabric of Luanda, the proposal presented has the potential to meet the needs of both residents of the planned city and those residing in unplanned neighborhoods (musseques).